quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Mamãe, nós não vamos ajudar?


Olá mamães,

Na semana passada aconteceu um daqueles momentos em que nós não sabemos bem o que fazer, mas que ao mesmo tempo percebemos o quanto nossos filhos aprendem o que ensinamos,  e esperam que vivamos o que falamos!

Voltávamos para casa depois de um passeio, eles iriam almoçar e ir para a escola à tarde. E eu iria para a igreja para arrumar tudo para a programação especial que seria no dia seguinte.

Eu não trabalhei neste dia, estava usando uma das folgas a que tenho direito por ser mesária nas eleições (viva a democracia!! rsrsrs).

Passou por nós uma senhora de uns 60 anos. Estava com o pé enfaixado e usava uma muleta. Na outra mão carregava sacolas.

Logo depois que passamos por ela, Alice me deu uma bronca: “Mamãe, porque você não ajudou aquela velhinha?”

Pausa: Engraçado como para criança todo mundo mais velho que os pais é velhinho, né! A gente vai crescendo, vem a idade adulta e mudamos radicalmente de opinião! Para nos sentirmos jovens para sempre, passamos a achar todo mundo jovem também!!!  Fim da pausa!

Parei na mesma hora. “Filha, caiu alguma coisa dela e a mamãe não ajudou a pegar?” Achei mesmo que isso poderia ter acontecido, eu estava de olho nos dois e pensando no monte de coisas que tinha que fazer ainda! Podia não ter reparado.

“Não mamãe, mas ela é velhinha, a gente tinha que ajudar a levar as coisas dela! Se não, é bobeira, é maldade!”

Fiquei parada olhando a senhorinha que foi indo embora sem saber de nada!

Ela ia no sentido contrário! E nós tínhamos tanto pra fazer!

Gostaria de dizer para vocês que mudei meu caminho, corri pra perto dela, peguei as sacolas na mão direita, dei a esquerda para a Alice, mandei Gabriel segurar meu cotovelo direito e seguimos até sabe lá para onde a senhorinha estava indo...

Mas, não fiz isso. Infelizmente.

Expliquei para a Alice que a mulher não era assim tão velhinha, que ela até que estava indo rápido, que tínhamos mil coisas para fazer e que se ela estivesse pelo menos indo na mesma direção poderíamos ajudar sem maiores problemas.

Tenho que admitir que quase uma semana depois ainda estou na dúvida se tomei a decisão certa. Na verdade, tenho quase certeza que escolhi a opção errada.

Se nós a tivéssemos ajudado, como sugeriu a Alice, eles teriam se atrasado para a escola e eu me enrolaria mais um pouco nas várias coisas que fiz à tarde. Mas, daqui há alguns anos esses contratempos seriam lembrados? Claro que não. Chegar atrasado um dia ou outro na escola nunca fez, nem vai fazer, algum mal irreversível pra criança. E eu poderia ter sido mais ágil ou ter delegado algumas tarefas da tarde.

Por outro lado, o que eles aprenderiam sobre ajudar o próximo, especialmente quando isso envolve algum sacrifício, tenho certeza que guardariam para sempre.

Não quero terminar essa postagem num tom deprê.

Fiquei muito feliz de ver que minha filhinha, com apenas 4 anos, foi capaz de perceber que outra pessoa precisava de ajuda. E isso é muito gratificante!

De fato, falo bastante sobre ajudar as pessoas, e pomos em prática também!

Sempre separamos roupas e brinquedos para doar, participamos de atividades que arrecadam fundos para ajudar asilos e também as obras missionárias (inclusive a programação que eu fui arrumar tinha esse objetivo), e até dividimos o lanche com um morador de rua uma vez.

É muito lindo ver que nossos filhos aprendem o que nós ensinamos!

E é desafiador quando percebemos que eles sabem que poderíamos fazer um pouco mais!

É preciso reconhecer que em algumas situações é realmente impossível ajudar, em outras podemos até colocar nossos filhos ou nós mesmas em risco. É preciso ter muita sabedoria nesses dias maus que vivemos!

Mas há muitas oportunidades seguras de ajudar as pessoas, e por vezes deixamos de fazê-lo só por causa da pressa ou para não sair do nosso conforto.

imagem da bolsa: vanessachristenson.com
Que o Senhor abra nossos olhos para as possibilidades de ajudar o próximo, mesmo que isso nos custe um pouco mais do que gostaríamos. E que sejamos verdadeiramente exemplo para nossos filhos daquilo que lhes ensinamos!

Um beijinho,
Da mamãe do Gabriel e da Alice

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