sexta-feira, 8 de agosto de 2014

O Sentimento de Culpa da Mamãe e a Cruz - por Rebecca VanDoodewaard


Olá mamães,

Li esse excelente artigo no site Mulheres Piedosas e me identifiquei totalmente!

Acredito que é uma ótima reflexão para todas nós.

Um beijinho,

Da mamãe
do Gabriel e da Alice


“O Sentimento de Culpa da Mamãe e a Cruz” por Rebecca VanDoodewaard

Será que existe alguma mãe que não sinta culpa no exercício da maternidade? Talvez na maior parte do tempo ou talvez só as vezes – todas nós fazemos ou deixamos de fazer algo que nos dá sentimento de culpa. Quando você sabe que alguém que você ama e depende de você está contando com você para basicamente tudo (da alimentação aos cuidados com a saúde ou feriados memoráveis), vem o peso da responsabilidade e o fardo do mal desempenho.

Mas não tenho certeza se o pecado é a maior causa do sentimento de culpa das mamães.

Se formos honestas, geralmente se trata de orgulho ou de temor dos homens. Queremos ser a melhor mãe que existe e não queremos que as pessoas pensem que não estamos atendendo às necessidades de nossos filhos. Queremos que nossos filhos e as pessoas ao nosso redor pensem que somos mães fantásticas que suprem cada uma das necessidades. Queremos a aprovação, o reconhecimento de que somos ótimas ou, ao menos, de que estamos indo muito bem. 

Frequentemente nos sentimos mais culpadas por não fazer mais projetinhos (leitura, esportes, ________) com nossos filhos do que por gritarmos com elas quando estamos atrasadas. E por acaso isso ocorre porque deixar de fazer projetinhos com nossos filhos é pecado? Não: felizmente, as Escrituras nada dizem sobre palitos de picolé e cola. Nos sentimos culpadas, pois a outra mãe faz mais coisas com seus próprios filhos e nos sentimos ultrapassadas. Gritar com nossos filhos é menos preocupante, pois as outras mães não nos veêm fazendo isso, do contrário não faríamos.

Isso soa muito mal quando colocamos o preto no branco, não é? Me constrange, pois vejo isso na minha própria vida. A culpa que eu geralmente carrego não é gerada pela minha inconsistência na disciplina, mas porque alguma outra mãe está fazendo _________ por seus filhos e eu não. Minha culpa vem, não de uma consciência inclinada à Deus, mas de um coração que quer estar à frente dos outros.

Mas certamente há a culpa maternal que vem de uma consciência de quem está fazendo o seu trabalho, nos mostrando onde falhamos como as mães que Deus nos chama para ser. O fato de nos sentirmos culpadas por esquecer de orar por nossos filhos, por sermos relaxadas no ensino e por nossas ações ou palavras egoístas, é algo que pode ser saudável e nos levar ao arrependimento.

A cruz é a resposta para os dois tipos de culpa. Nos faz olhar para o nosso Salvador ao invés dos outros e, especialmente, ao invés de olhar para nós mesmas. Quando nos focamos na Cruz, colocamo-nos em nosso devido lugar. A opinião alheia não importa quando estamos cientes de que vivemos diante da presença do Senhor.

Quando pecamos no nosso papel como mãe por transgredir a Palavra de Deus ou por ignorá-la, podemos correr para a cruz e encontrar perdão através da expiação substitutiva de Jesus. Ao confessarmos nosso pecado, somos perdoadas e purificadas de toda a injustiça (I João 1:9).

Deus pode perdoar tanto as vezes em que somos impacientes com nossos filhos como as vezes em que nos sentimos culpadas enquanto lutamos pelas nossas próprias forças para parecermos melhores para as outras pessoas, sem levar em conta nossos reais pecados. A culpa é um sentimento dado por Deus quando estamos fazendo algo errado. 

Quando nosso senso de certo e errado sobre a maternidade é ditado mais e mais pelas Escrituras do que pelo Pinterest e pelo Facebook, podemos nos valer daquela culpa maternal para correr até a cruz e deixar esse fardo lá, com o nosso Salvador, que morreu inclusive por esses pecados. Isso nos livra da escravidão à opinião alheia sobre nós e da real e merecida culpa pelo pecado. Isso também nos habilita a exercermos nosso papel de mãe na Sua força, porque, sem isso, nós sempre iremos falhar com os nossos filhos.

*Rebecca VanDoodewaard é dona de casa, editora free-lancer e escritora. Ela é esposa do Dr. William VanDoodewaard, ministro da Associate Reformed Presbyterian Church e professor de História da Igreja no Puritan Reformed Theological Seminary, com quem tem 3 filhos. O casal bloga no “The Christian Pundit”
** Tradução: Vivian Junqueira Viviani


terça-feira, 5 de agosto de 2014

Aprendendo com os pequenos


Olá mamães,


Como vocês sabem, Deus abençoou meu marido e a mim com duas jóias muito preciosas: Gabriel e Alice.

E é maravilhoso perceber que além de ensinarmos tantas coisas, também aprendemos muito com nossos filhos.

Lembro que um dia, quando o Gabriel tinha 2 anos, líamos na  “Bíblia das Criancinhas” a história de quando Jesus curou um homem cego colocando lodo em seus olhos. E meu filhinho, tão pequeno, me fez refletir tanto quando apontou para a figura e disse com sua vozinha linda: “Jesus sujou a mão”.  

Você já deve ter ouvido vários sermões contando este milagre, em geral destacando a singularidade do agir do Senhor e de que o homem não se importou de ter os olhos sujos crendo que algo aconteceria. Pois é, eu também. Mas nunca havia parado para pensar que o Senhor, Deus encarnado, sujou suas mãos santas para curar um homem necessitado! Como essa observação me fez e faz ainda refletir!

Crianças são assim: observam detalhes que nos passam despercebidos, se encantam com coisas com as quais já nos acostumamos, querem saber o porquê e o pra que de tudo. Tê-los por perto nos faz crescer no conhecimento do Senhor e de Sua Palavra já que são tantas perguntas para responder!

Elas nos fazem admirar a natureza através dos seus olhinhos que acham o máximo seguir uma trilha de formigas, ou observar os vários estágios das flores de uma plantinha: “olha mamãe essa ainda é um botãozinho, essa já abriu, essa já tá velhinha!”

São situações que não vivíamos mais, coisas com as quais já estávamos acostumados e que perderam um pouco do encanto. Imagine só, você parando para observar (por vários minutos!) cada formiga, lagarta, borboleta ou barata amassada (eca!), no seu caminho até o trabalho ou o mercado! Mas acompanhado de crianças... Ah! Normal!

E por falar em mercado... está aí outro ótimo exemplo! O que para nós é mais um compromisso, uma necessidade, para eles é festa: “Posso ir dentro do carrinho?”, “Quero ajudar a escolher as laranjas!”. E tudo é colorido, tudo eles perguntam o que é, para que serve e se podem levar! Tudo leva o triplo do tempo, mas fica muito mais interessante e divertido!

Tem outra coisa que admiro muito nos pequenininhos: Como eles perdoam fácil! É incrível! Eles brigam, gritam um com outro, às vezes é preciso intervir, lembrar que os irmãos devem viver em união... e daí a poucos segundos já estão brincando juntos.

Quantas vezes por causa desses desentendimentos entre eles eu coloquei um dos dois de castigo sentadinho e o outro sentou-se do lado!

Ano passado aconteceu uma situação assim. O Gabriel tinha 4 anos e a Alice acabara de completar 2. Eu estava ocupada lavando roupas no tanque e ele veio me contar que a Alice havia batido nele (ou empurrado, agora não lembro com certeza). Como eu estava bem enrolada não parei para fazer todo o meu “discurso contra a violência entre irmãos”, só falei: “Alice, você não pode bater no seu irmão!”. Ela ficou no cantinho que coloquei de castigo e eu voltei para a roupa. Então o Gabriel veio e aconteceu um dos momentos mais lindos entre eles, que não quero esquecer nunca, tive que deixar a roupa de lado e fiquei só olhando:

(Gabriel) - Porque você está chateadinha Alice? É porque a mamãe brigou?
(Alice)- É!
(Gabriel) - Mas Alice a mamãe só brigou porque você bateu no Biel. O Biel é importante, ele é um presente que Papai do Céu deu pra mamãe. Papai do Céu não fez a mãozinha da Alice pra bater não. Ele fez a mãozinha da Alice pra fazer carinho, pra brincar...
 (Alice) - ... pensativa.
(Gabriel) – Vamos lá brincar mais, vamos!
(Alice) – Vamos!
(Gabriel) – Mamãe a Alice pode sair do castigo?
(Mamãe) – Claro filho! – com lágrimas nos olhos!!!

Ele a perdoou, e ainda repetiu pra ela o que eu já havia ensinado pra ele tantas vezes. Nessas horas a gente vê que eles aprendem o que a gente ensina mesmo quando achamos que não estão prestando atenção! E nós aprendemos com eles também, e como!

Aprendemos mais sobre a Bíblia através de suas observações e para responder suas dúvidas.

Ganhamos um novo olhar para a natureza, a linda criação do Senhor!

Notamos que compromissos do dia-a-dia, podem ser momentos divertidos e alegres.

Percebemos que precisamos perdoar com a mesma naturalidade deles.

Bem ensinou nosso querido Mestre: 

Que o Senhor nos ajude a aproveitar ao máximo as oportunidades de também aprender com nossos pequeninos!

Um beijinho,

Da mamãe
do Gabriel e da Alice